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COMUNICADO AOS BANCÁRIOS E BANCÁRIAS DE SANTA MARIA E REGIÃO

 

Companheiros e companheiras,

Desde agosto, surgiram dúvidas e questionamentos sobre a assembleia realizada e a não realização de nova assembleia, que tratou da proposta do Banrisul referente à reestruturação do banco. É importante retomarmos este debate com serenidade, clareza e espírito de unidade, para que ninguém seja confundido por interpretações parciais ou pressões externas.

A proposta apresentada pelo banco continha diversos itens, entre eles a jornada de 6 horas para vários cargos, algo que interessa a toda categoria. Contudo, os demais pontos da proposta traziam graves riscos aos direitos dos trabalhadores, e por isso todos os sindicatos do Estado orientaram a rejeição.
Mesmo assim, na maior parte das assembleias a proposta acabou aprovada. Alguns sindicatos refizeram suas assembleias o nosso não pôde fazê-lo, e explicamos por quê.

Por que o Sindicato de Santa Maria e Região não pôde convocar uma nova assembleia?

Porque temos responsabilidades legais que não podem ser ignoradas, e porque agir com precipitação colocaria em risco direitos concretos dos bancários da nossa base.

Nosso Sindicato possui uma ação coletiva do Auxílio Movimentação, já vitoriosa em segunda instância, o que converte o direito coletivo em direito individual dos bancários e bancárias.
No acordo negociado com os demais sindicatos, o Banrisul exige uma desistência coletiva da ação. Isso é ilegal, pois um direito individual não pode ser quitado coletivamente sem a concordância de cada trabalhador beneficiado.

Nenhum outro sindicato do estado está nessa situação — somos o único com esse processo tão avançado, porque sempre atuamos de forma protagonista e combativa na defesa da categoria.

Alguns sindicatos que assinaram o acordo estão tendo dificuldades de homologar judicialmente o acordado com o Banco em outro ponto: ações de cobrança de 7ª e 8ª horas.

Portanto, refazer a assembleia, neste momento, poderia anular uma vitória jurídica histórica, prejudicando diretamente os colegas.

Estamos trabalhando com responsabilidade e estratégia

O acordo assinado pelas demais entidades estabelece, em sua cláusula 13, que acordos firmados até 01/10/2025 passam a valer a partir de outubro; os posteriores, somente em janeiro de 2026.
Estamos utilizando esse prazo com responsabilidade, buscando alternativas negociais e jurídicas que preservem:

a legalidade,
o direito conquistado na Justiça,
e a expectativa legítima da categoria pela jornada de seis horas.
Unidade não é discurso: é proteção coletiva

Sabemos que a categoria está ansiosa pela implementação da jornada de 6 horas. É um direito previsto na CLT e um desejo legítimo de todos. Mas também sabemos que, em momentos de tensão, surgem tentativas de dividir a categoria, enfraquecer a representação sindical e criar desgaste para fins eleitoreirose/ou que agradarem à direção do banco.

É preciso perguntar: a quem interessa um sindicato enfraquecido?
Certamente não aos trabalhadores.

Um sindicato forte é aquele que:

age com responsabilidade,
não se submete a pressões externas,
protege direitos coletivos e individuais,
e mantém diálogo firme com sua base e com o banco.
Seguimos juntos — firmes, responsáveis e ao lado da categoria

Reafirmamos que todo o nosso trabalho tem um único objetivo: defender os trabalhadores e trabalhadoras bancárias. Não abriremos mão da legalidade, da transparência e da seriedade que sempre marcaram nossa atuação.

Convidamos todos e todas a manterem a confiança e a unidade. Em 2025, o Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região completa 90 anos de história, uma trajetória construída na defesa permanente da categoria, enfrentando desafios, conquistando direitos e garantindo que nenhuma decisão que afete a vida dos bancários seja tomada sem responsabilidade e seriedade. Somos um dos sindicatos mais antigos do Estado e chegamos até aqui porque sempre estivemos ao lado dos trabalhadores, unidos para proteger o que é nosso por direito. Essa história de quase um século só existe porque a categoria confia, participa e caminha junto, fortalecendo uma entidade que nunca abriu mão de lutar pela categoria.


A nossa força está na categoria unida, consciente dos seus direitos e protegida por uma entidade que não cede nem recua quando o que está em jogo é o futuro dos bancários e bancárias de Santa Maria e Região.

Estamos à disposição para esclarecer dúvidas e dialogar individualmente ou coletivamente com quem desejar.

Unidade, responsabilidade e luta: é assim que seguimos.