NotíciasOutros

Painel promovido pelo Sindicato discute justiça climática e atuação sindical em Santa Maria

Atividade integrou a programação dos 90 anos do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região

Na noite de quinta-feira (29), o auditório da Cesma recebeu um importante debate sobre os impactos da crise climática e o papel do movimento sindical na construção de alternativas pautadas pela justiça social e ambiental. A atividade integrou a programação dos 90 anos do Sindicato dos Bancários de Santa Maria e Região e reuniu entidades, representantes de organizações locais e público interessado no tema.

Com o tema Crises Climáticas e Justiça Social – o Papel do Sindicalismo, o painel contou com a participação da professora Liane Weber, vice-presidenta da SEDUFSM, e do bancário da Caixa e ativista ambiental Marcos Todt, que trouxeram reflexões sobre os desafios ambientais e sociais do presente, além do papel das entidades sindicais na mobilização coletiva.

Liane Weber destacou a importância da classe trabalhadora como força para mudar a sociedade

A professora Liane Weber trouxe à reflexão a necessidade de políticas públicas, assim como da organização nas lutas de classes, diante de uma realidade que aprofunda desigualdades e impõe às populações mais vulneráveis os maiores impactos da crise climática. Ela também destacou como os desastres climáticos recentes têm escancarado desigualdades históricas em nossa sociedade.

 “A gente tem marcado na nossa história do Rio Grande do Sul toda a tragédia que nunca tinha acontecido, tal qual as enchentes de maio de 2024. Mas tudo isso permitiu que viesse à tona todas as desigualdades. Quem sofreu? Quem ainda sofre com isso? Enquanto a gente não se sentir parte dessa natureza, desastres como o ocorrido seguirão acontecendo.”

Marcos Todt abordou a crise climática no contexto do capitalismo

Durante sua fala, Marcos Todt reforçou que a ecologia é, sim, uma pauta de interesse da classe trabalhadora, pois é ela quem mais sofre com os efeitos da destruição ambiental:

 “As elites querem passar a ideia de que o trabalhador não se interessa pela questão ambiental, que há coisas mais importantes para se envolver. É também papel dos sindicatos esclarecer que, embora toda a humanidade esteja em risco com o que está acontecendo, os mesmos riscos são desproporcionais. Sofre mais quem tem menos condições, sofre mais é quem a gente representa, que é a classe trabalhadora.”

Após as falas dos convidados, foi aberto espaço para perguntas e comentários do público, que contribuíram com o debate.

Para o Diretor de Formação do Sindicato, Carilo Marzari, a atividade foi um importante momento de análise coletiva:

“Foi um momento ótimo para refletirmos sobre nossa atuação, nossas relações enquanto movimento social e os desafios que temos não só em relação às questões climáticas, mas de envolvimento com outras organizações locais e com a sociedade.”

O Sindicato dos Bancários agradece a presença das entidades parceiras que se somaram à atividade, como a CUT, o Sindicato dos Metalúrgicos, o SINPRO e a APCEF, representada por Nilo Delavusca Filho, coordenador da Regional Centro. Também agradecemos à SEDUFSM, parceira na realização do evento, e à Cesma, que acolheu o painel em seu auditório.

Ao completar 90 anos de história, o Sindicato reafirma seu compromisso com a luta coletiva e com a ampliação dos debates que envolvem o futuro da classe trabalhadora. A defesa do meio ambiente e da justiça climática passa, necessariamente, pela atuação sindical.

Fotos e texto: Nathália Arantes (jornalista do SEEB Santa Maria e Região)