Banrisulenses discutem proposta de PPR e reforçam posição contrária ao texto apresentado pelo Banco

Nesta quarta-feira (22), os banrisulenses se encontraram em plenária para debater a proposta do Banrisul de criação de um Programa de Participação nos Resultados (PPR) em substituição aos Programas de Remuneração Variável (RVs). Quase 230 pessoas participaram do encontro pelo Zoom.

Os representantes dos empregados do Banco no Comando Nacional dos Banrisulenses apresentaram um histórico da negociação. A primeira proposta do Banco era uma compensação à PLR Banrisul, o que foi prontamente rechaçado pelo Comando; em seguida o Banco apresentou uma proposta com tabelas muito díspares entre cargos e funções e a exigência de quitação de processos judiciais relacionados às RVs, o que também foi recusado pelo movimento sindical.

A minuta do Banco, mesmo que já tenha sofrido algumas alterações por solicitação do Comando, não foi bem recebida pela maioria dos presentes na plenária. O consenso entre os banrisulenses é de que não haja quitação de processos para reconhecimento retroativo das RVs como verba salarial e de que todos os colegas, independentemente da função que ocupam no Banco, recebam o PPR de forma justa.

O que o movimento quer é que todos ganhem, funcionários e empresa, e que não haja competição entre colegas. O objetivo é o crescimento e o desenvolvimento do Banco público e a melhoria das condições de trabalho.

Metas indiscutíveis
Na proposta apresentada, o Banrisul pretende induzir o movimento sindical a contratar metas, mas o Comando dos Banrisulenses informou que não discutirá esse tema, a menos que o Banco abra as tabelas de RVs e explique como é feito o cálculo. Não será aceito nenhum “cheque em branco” que leve os empregados a mais pressão e adoecimento mental para atingimento de metas.

Além disso, os critérios para a pontuação, principalmente comportamentais, bem como o peso destes no desempenho, precisam ser claros. Não serão aceitos critérios nebulosos que deixem a pontuação na mão de gestores e suscitem decisões pessoais que prejudiquem os colegas. A ideia do Comando dos Banrisulenses é valorizar a meta coletiva e reduzir a individual.

Durante a plenária, muitas pessoas se manifestaram contrárias a proposta do Banco de forma geral e afirmaram que, hoje, as metas impostas pelo Banrisul são praticamente inatingíveis e que os colegas do interior são os mais prejudicados, pois as dificuldades para alcançá-las foram imensas durante a pandemia.

Contudo, a questão da segurança jurídica foi levantada como um ponto positivo, já que um acordo assinado, após o debate e melhoria do Programa, seria uma forma de garantir o pagamento de um valor mínimo (e justo), mesmo que o Banco não atinja a meta do ano, de forma bilateral, com a participação de todos os envolvidos no processo.

Defesa do banco público
Um dos pontos destacado pelo Comando dos Banrisulenses foi a batalha travada este ano para defender o Banrisul público. Após a aprovação da PEC 280 na Assembleia Legislativa, que retira a exigência de plebiscito para venda do Banco, o caminho para a privatização ficou aberto.

Por isso, alertaram os líderes sindicais, é fundamental a participação dos colegas nas próximas atividades do movimento sindical. Somente com a união e mobilização será possível reverter a situação a favor dos funcionários.

Além disso, foi destacada a necessidade de apoio a candidatos e candidatas e de partidos com história de defesa do patrimônio público nas eleições do ano que vem. É preciso ajudar a eleger um governo e uma bancada na Assembleia Estadual que defendam o banco público também.

Reunião com o Banrisul
Os integrantes do Comando Nacional dos Banrisulenses destacaram que o texto não está em apreciação ainda. A plenária foi apenas um momento para recolher as opiniões, dúvidas, convergências e divergências dos colegas para retomar a mesa de negociação com o Banco.

Hoje, 23 de dezembro, haverá mais uma rodada de discussão com os representantes do Banrisul para colocação das questões levantadas na plenária. Assim que houver uma proposta lapidada, ela será levada a conhecimento dos empregados e a votação em assembleias.

Fonte: Fetrafi/RS

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