Reflexões (ou delírios) de mais uma gripe

O colega Athos Miralha sabe que eu gosto de ler, mas também sabe que não gosto de escrever. Mesmo assim, ele, sempre que pode, pede-me para escrever um artigo. Bem. Acho que saiu um.  Lá vai.
Costumo tomar café da manhã em alguma padaria, aqui, do centro. Nesta semana (de 13 a 17 de julho de 2009), estou, mais uma vez gripada. Meu grande problema de gripe é tosse, que não me deixa falar, comer, respirar direito. E ela, a tosse, resolve me atacar nas horas e nos lugares mais inconvenientes: em plena padaria, de manhã, com um número relativo de clientes, me olhando. Que cena!
Eis que, após passar a tosse, surge a fúria, a braveza, mas após passar a fúria, a braveza, veio-me uma reflexão: se sou nascida, criada no Rio Grande do Sul, se sempre vivi e sigo vivendo no Rio Grande do Sul, que tem esse clima de verões bem quentes e invernos bem frios, que, muitas vezes, num mesmo, há manifestação das quatro estações, por que não tenho resistência a esse clima? Por que sigo me gripando todos os anos, com gripes que vão de A a Z, já fazendo a segunda, terceira, quarta, etc, virada no alfabeto? Mas aí surgiu-me outra reflexão: se eu não adoecer, se eu nem sequer me gripar, o que acontecerá com os profissionais da saúde?
Os médicos, os farmacêuticos, os nutricionistas, etc? E quanto aos hospitais, às farmácias, aos laboratórios? E os remédios, acabariam? E os que trabalham em hospitais, em farmácias, em laboratórios? O que seria dos donos dessas instituições? Deixariam de existir? Os funcionários teriam que mudar de profissão?
Aí, que vida mais chata sem eles, não acham?

E, mais uma vez, veio-me mais outra reflexão (ou são delírios de uma gripe?): significa que enquanto estiver doente, gripada, estarei empregando pessoas. Com esta última reflexão, comecei a sentir-me melhor; a gripe já não me incomoda tanto. Acho que vou querer ficar mais tempo gripada, tossindo, espirrando, sem dormir direito de noite. Afinal de contas, pessoas estão lucrando, digo, trabalhando para o pronto (ou não) restabelecimento da minha saúde. Assim, para quem se interessar em ler este artigo, quando estiver doente (gripe, apenas), estiver chateado(a), irado(a), quando bater aquele banzo, lembre-se dos meus delírios, digo, das minhas reflexões aqui contidas, que, inclusive, serve para quem está  com crise existencial, por não saber qual é a sua finalidade no mundo. Essa é uma delas. Têm outras. OK? Tchau.

Regina Pedroso Calderan, bancária

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