Atendimento nos bancos

Na seção Espaço do Leitor, do jornal A Razão de 13 de março, haviam algumas críticas quanto ao atendimento nos bancos trazidas por um leitor. Infelizmente tenho que concordar que em alguns pontos ele tem razão, porém entendo também que mais uma vez o bancário está sendo injustiçado. Primeiramente, porque não se pode generalizar. Por outro lado, porque para se obter cada vez mais lucro, um dos caminhos é reduzir custos.
Ora, sabemos que sai muito mais em conta para o banqueiro contratar um estagiário do que chamar o “próximo da fila” aprovado em concurso público. Nada contra os estagiários, que são muitas vezes “atirados” em setores que não lhes compete, sem qualquer tipo de treinamento.
A cada semestre surpreendemo-nos com a divulgação dos lucros dessas empresas… mas e o bancário, lucra na mesma proporção? Pois lhes digo que não. Somos diariamente cobrados, pressionados e alguns casos até assediados moralmente pelo atingimento de metas. Somos uma classe doente, com sérios problemas de afastamento por LER/DORT, ou motivos psicológicos. E o descaso, pasmem, impera por parte do banqueiro, que não conhece seu “chão de fábrica”, onde realmente os negócios são efetivados, somos apenas uma matrícula que dá resultados ou não.

Fiquei sabendo que na década de 80, bancários ganhavam algo próximo de 20 salários mínimos, mas que pena, eu era uma criança, e acabei chegando tarde. Passei em concurso público disputado, aguardei que chegasse a minha vez, e hoje, com 7 anos de banco, minha folha de pagamento não chega a 3 salários mínimos, e isso me envergonha. Mas, como diz minha mãe… quem mandou não estudar?

Márcia G. Dias, bancária

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