Banco Popular?

Recentemente foram abertas, em nossa cidade, duas representações do chamado “banco popular”. Uma próxima à agência Coronel Niederauer e outra à Centro do Banco do Brasil. Para quem não sabe o que significa, explico. Na teoria são “facilitadores de serviços”, para atendimento de usuários, ou seja, não-correntistas com o intutito de receber pequenos depósitos e para saques também de baixo valor, assim como abertura de contas para movimentação apenas com uso de cartão, a chamada bancarização. Em tese, desafoga as agências de um grande volume de serviços e facilita a vida de usuários que não enfrentariam grandes filas. Na prática, entendemos que significa outras coisas que vem no bojo desta bela idéia e que não são ditas por seus idealizadores. Pelo contrário, como tem-se visto nos bancos públicos, os discursos sempre vem divorciados da prática e suas administrações tem copiado maldades, com a maior sem-cerimônia, de práticas de banqueiros da iniciativa privada. A Caixa Econômica Federal, através das lotéricas e o Banrisul, dos bancos “SIM” há tempo se utilizam destes expedientes.

Vamos fazer uma reflexão. Os bancos públicos normalmente tem filas de espera de concursados para serem chamados. Se a demanda das agências é maior do que seu efetivo de bancários pode dar conta, ou está sendo mal administrada ou o volume de serviços está sub-dimensionado para a dotação. Então, porque não contratar mais bancários ao invés de mandar a clientela embora? Os serviços prestados por esses agentes são de exclusividade do setor bancário – pagamentos, depósitos, abertura de contas, etc. Os trabalhadores desses estabelecimentos são o quê? Pertencem a que categoria? O Banco Central, a Polícia Federal e as prefeituras exigem das agências bancárias uma série de ítens de segurança, tais como: sistema de filmagem (câmeras), portas-giratórias com detectores de metais, vigilãncia armada e escudo à prova de balas. Essas exigências servem para os agentes bancários também? Por fim, e para deixar os colegas bancários com a pulga atrás da orelha. Se diminuir o serviço nas agências também não diminuirão os postos de trabalho? Locais que trabalham com três ou quatro caixas não terão esses números diminuídos com a desculpa de que o volume de serviços diminuiu. Em tempo, bancarização é uma palavra bonita que supõe inclusão das classes menos favorecidas nos serviços bancários, mas não é para isso que existem os bancos públicos? Ou é para mandar o “lixão” como se costuma ouvir dentro dos bancos para os agentes bancários. Com a palavra os governos ditos democráticos e populares.

Cesar Augusto Simões do Santos, bancário

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