Um dia seremos fósseis

Imagine que daqui há 250 milhões de anos achem os restos do que fomos fossilizados em rocha calcária.
De tudo o que fomos ou fizemos, restar apenas algumas pedras com impressões de que, em algum tempo perdido no passado criaturas com a nossa forma andaram por esse planeta e, de alguma forma desconhecida, sobreviveram até morrerem e deixarem cópias de seus cadáveres no solo. Isto é, aqueles que tiveram a sorte de deixarem os respectivos fósseis para a posteridade,é claro, pois para os outros restará apenas o esquecimento.
Mesmo a mais perene das criações humanas não resiste ao tempo, certamente tudo o que fizemos um dia se perderá, nossas cidades, máquinas, ciência, tecnologia e crenças um dia sucumbirá ao inevitável braço do tempo.
Hoje olhamos os fósseis dos dinossauros e ficamos imaginando como eram ou viveram, quais características tinham, quais habilidades, hábitos, alimentação, etc…
Se no futuro houver algum ser inteligente, talvez ele faça o mesmo conosco, imaginando até que ponto éramos capazes de discernir as coisas, seríamos inteligentes ao ponto de pensarmos ou, mais ainda, seríamos inteligentes ao ponto de vivermos em paz?
Talvez sentado em uma cadeira, nesse momento o mais importante dos homens sobre a terra, esteja pensando em quanto é poderoso e no quanto pode influenciar os destinos das criaturas que neste planetinha vivem, mas dele talvez nada sobre, se tiver sorte talvez sobre o seu cadáver fossilizado para a posteridade.
Muitos já acreditaram serem supremos no passado e viraram também pó, como a mais humilde das criaturas. Reis, Faraós, Imperadores, nomes que ainda constam em livros de história, mas que nada, ou pouco mais que nada representam para os que vivem na atualidade. No final, todos são esquecidos.
Mozart deixou um legado de beleza e maravilhas em forma de sonatas para a humanidade, porém nem sequer sabemos em que vala jogaram o seu cadáver após sua morte e nem sequer temos um túmulo para onde nos dirigirmos a fim de lembrarmos de Amadeus Mozart.
Muitos tentaram vencer o tempo, mandaram embalsamar seus cadáveres para, no futuro, ressuscitarem, porém o que se conseguiu com isso foi virar atração em museus na forma de múmias.

Muitos pensadores nos dizem que devemos “viver o presente”, pois não temos o poder de mudar o passado e, o futuro é construído a cada momento através do presente. Apesar disto, nada impede nossa mente de viajar para o futuro e ver que lá provavelmente muito pouco, ou nada de nós restará.

Esta talvez seja uma grande lição de humildade para até o mais arrogante dos homens, esta talvez seja a prova definitiva da nossa insignificância.
Rejo Vaz Friedrich, bancário

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